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Dispersão Urbana da Cidade do México e sua Região Metropolitana

Em dezembro de 2005, o governo do Distrito Federal e do Estado do México formalizam oficialmente a Região Metropolitana da Cidade do México (RMCM), formada por 16 delegações do Distrito Federal, 40 municípios do Estado do México e um município do Estado de Hidalgo. A partir de então os planos urbanísticos seriam administrados por comissões metropolitanas.

A RMCM ocupa uma área total de 7815 km² e possui uma população de 22,5 milhões de habitantes.


Devido a grande extensão territorial urbana e suburbana da Cidade do México, o transporte é vital para o funcionamento cotidiano da metrópole. Conforme foi citado no texto 9, a Cidade do México conta com uma das mais extensas redes de metrô do mundo, incluindo aí trens férreos e pneumáticos perfazendo 226km a um custo relativamente baixo em comparação com outras metrópoles mundiais.

Apesar da extensão e relativo baixo custo do metrô, o deslocamento na Cidade do México ainda tem forte dependência do automóvel, consequentemente o trânsito é um fator problemático, com custo econômico e ambiental.


Mudanças recentes nos modos de produção, que superaram a lógica fordista e transformaram os grandes aglomerados urbanos de metrópoles industriais em metrópoles terciárias, impactaram a forma como as grandes cidades produzem o espaço e os fluxos internos, deixando a dicotomia centro-periferia (rico-pobre) para uma distribuição mais abrangente e complexa de novos centros e regiões de convergência. Isso contribui para uma relativa menor segregação sócio-espacial, embora, também como tendência, existam os enclaves de condomínios e bairros de classe média-alta na periferia e os bairros pobres e violentos em regiões centrais.


Dispersão urbana pode ser entendida como uma mudança de escala do urbano, associada às prática de reprodução do capital e conduzidas por agentes que muitas vezes estão distantes das fronteiras territoriais envolvidas (OJIMA e MARANDOLA, 2009). Nesse sentido, a Região Metropolitana da Cidade do México é certamente um bom exemplo. Sendo uma das metrópoles mais populosas do mundo com 22,5 milhões de habitantes, ainda assim a densidade demográfica não é das mais altas, ficando em torno de 3000 hab/km² (só para critério de comparação, a RM de São Paulo tem 4300 hab/km² e a RM de Maringá mais de 8000 hab/km²). Isso quer dizer que há uma dispersão muito acentuada da metrópole em termos de distribuição populacional numa área muito extensa, mais de 7800 km² ou quase o dobro da RM de São Paulo.


No caso da Cidade do México, a lógica capitalista vem reforçar a dispersão urbana, que já existia já que o risco de terremotos levou a uma baixa verticalização da cidade. Essa tendência à dispersão contribuiu para o desenvolvimento de uma lógica particular, não associada ao modelo centro-periferia clássico, existindo bairros pobres em regiões centrais, e mais recentemente, bairros ricos nas regiões periféricas.


Fig.1 Mapa da Região Metropolitana da Cidade do México.


Fig 2. Esquema do novo modelo de cidade mais descentralizado e com ocupação heterogênea do espaço.


Referências:


AGUILLAR, Adrián Guillermo e MATEOS, Pablo. “Diferenciación sociodemográfica del espacio urbano de la Ciudad de México”. EURE I vol 37 I n° 110 I abril 2011 I pp. 5-30. Link http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0250-71612011000100001 acessado em 16/12/2016.


Blog Lopes Dias Arquitetura. “Problemas Urbanos em São Paulo e Cidade do México: as cidades irmãs”. Link http://www.lopesdias.com.br/blog/72-problemas-urbanos acessado em 16/12/2016.


OJIMA, Ricardo e MARANDOLA, Eduardo. “Dispersão urbana e mobilidade populacional: implicações para o planejamento urbano e regional”. Cap.2. Blucher, 2009.



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