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Santiago: qual é o custo do “progresso”?



[endif]--De acordo com Singer (1980), a cidade só pode surgir a partir do momento em que as forças produtivas são suficientes, no campo, para produzir o excedente e transferi-lo à cidade; no caso de Santiago do Chile no século XVIII aponta-se entre as variáveis para a urbanização a concentração demográfica e as mudanças sociais e econômicas catalisadas pelo controle de industrial capitalista. O processo de urbanização chilena vincula-se a essas transformações econômicas e por isso o crescimento de sua população foi mais significativo nos últimos 150 anos. O aumento desta população trouxe um processo de urbanização, desde 1930, a maioria dos chilenos tem vivido em áreas urbanas, sendo que 40% desta população está residindo na Área Metropolitana de Santiago.

Imagem 1: Vista aérea de Santiago (1929).


Para Santos (1984) “a Economia Política da Cidade deveria levar em conta a forma como a cidade se organiza em face da produção e como os diversos atores da vida urbana encontram seu lugar em cada momento dentro da cidade” (p.116). Nessa análise, ele inclui as problemáticas clássicas da relação entre trabalho e capital, os dois capitais (constante e variável), assim como a convivência em uma mesma cidade de “diversos sub-sistemas capitalistas”.


Imagem 2: Cidade de Santiago.



Imagem 3: Favela em Santiago.

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[endif]--Santiago possui quase 80% do produto interno bruto regional provêm do setor terciário, sendo que 26,16% deste são devido aos serviços financeiros e empresariais e 13,99% devido ao comércio; a indústria produz 16,50% do PIB e o setor agropecuário apenas 1,06%. Na cidade estão localizadas as principais instituições econômicas do país, incluindo a Bolsa de Comércio de Santiago e a maioria das sedes de empresas nacionais e multinacionais. Isso provém do tratado de livre comércio, assinado em 2000, com os Estados Unidos, União Europeia, República Popular da China, Japão, Coreia do Sul, entre outros.


Entretanto, conforme apresentado por Cisotto (2014), com a privatização da seguridade social, a distribuição de renda se tornou cada vez mais desigual, refletindo esses conflitos levantados por Santos (1984) e a tensão decorrente de uma forma de se construir uma cidade baseada nessa polarização entre o financeiro priorizado em detrimento do social. Como exemplo disso, um estudo realizado pelos economistas Ramon López, Eugenio Figueroa e Pablo Gutiérrez, indica que o Chile tornou-se em 2013 o país mais desigual do mundo, capitaneado pela dissonância na capital.


Referências:

CISOTTO, Mariana Ferreira. Cidade e natureza: o papel das áreas verdes na urbanização recente da província de Santiago do Chile. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2014.

SANTOS, Milton. Por uma Economia Política da Cidade. São Paulo: Edusp, 1984.

SINGER, P. Economia política da urbanização. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1980.

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