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TÓQUIO: BERÇO DA ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão teve suas indústrias (que eram predominantemente militares) devastadas pelos Estados Unidos. No pós-guerra, o país se viu em uma situação diferente dos Estados Unidos e da Europa: tinha um pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos e grande contingente de mão de obra não especializada. Este cenário não permitia o desenvolvimento e a reconstrução do país por meio do modelo Taylorista-Fordista de produção em massa, sendo, portanto, a configuração que trouxe ao mundo a ideia inovadora de acumulação e produção flexível.


Produzir em menor escala, com maior variedade de produtos e planejada redução de custos envolvidos no processo industrial e comercial visavam uma indústria que atendesse as necessidades do mercado consumidor e não mais moldasse o mercado com suas ofertas. Primeiramente na produção automobilística, em poucas décadas o Japão superou a Alemanha Ocidental, que era então a maior exportadora de automóveis do mundo, e ainda, uma década depois, superou a indústria Norte Americana em nível de produção.


Este novo paradigma que hoje rege a economia, a política e o desenvolvimento de grande parte dos países ao redor do mundo, teve como berço a grande metrópole de Tóquio. A reconstrução da cidade, no pós-guerra, foi dirigida neste sentido, e obteve um aproveitamento extraordinário. Hoje, a maior metrópole do mundo, tem características distintas de outras metrópoles ocidentais.


A partir da ideia de Dispersão Urbana, trazida por Ojima (2007), onde propõe um indicador para servir de base comparativa entre as Regiões Metropolitanas, baseada em densidade, fragmentação, orientação e centralidade (de acordo com uma média aritmética destes índices), é possível perceber que o padrão experimentado por Tóquio se difere de outras metrópoles que tiveram como cerne de suas cidades o modelo Fordista de produção, como é o caso de Londres e São Paulo, por exemplo.

Essa imagem comparativa representa locais onde há mais de 193 pessoas por quilometro quadrado, em Tóquio e em Londres.

Fonte: https://img.buzzfeed.com/buzzfeed-static/static/2016-01/15/2/enhanced/webdr03/original-17938-1452843219-3.png (acesso em 15/12/16).


Essa imagem demonstra maior dispersão urbana em Londres, em comparação a Tóquio. A grande Tóquio aparece como uma cidade concentrada, porém descentralizada, apresentando-se como uma grande teia. Sua configuração otimiza custos funcionais, como abastecimento, coleta de lixo, tratamento de esgoto, circulação da força de trabalho, entre outros. Como dito no post anterior, este fato se dá principalmente pelo investimento em sua malha viária, com foco no metrô, facilitando fluxos e, inclusive, sendo fator primordial de planejamento e desenvolvimento de novas ocupações urbanas.


Para além do paradigma produtivo, a mentalidade oriental se diferencia do ocidente como um todo e tende a ser muito mais holística em sua visão de mundo. No Japão, isso pode ser visto nos seus modelos de metrópole, onde o sistema circulatório é o que supre o organismo como um todo.


Assim, do ponto de vista do capital, Tóquio se desenvolve sem os constrangimentos advindos de grande dispersão urbana, como sofre São Paulo, sendo uma das metrópoles mais acessíveis entre as megacidades do mundo. Em relação à cidade como o Grande Negócio do capital, Tóquio supera as expectativas de acadêmicos e agentes governamentais (preocupados com sua superpopulação) e segue crescendo de forma estável há mais de 40 anos.





Fonte:

- http://www.webartigos.com/artigos/modelo-toyota-de-producao-industrial-o-sistema-toyota-de-producao/60176/#ixzz4SxemxnKe (acesso em 15/12/2016)

- http://caosplanejado.com/por-que-toquio-e-sete-vezes-mais-acessivel-que-sao-paulo/ (acesso em 15/12/2016)

- http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/102008004 (acesso em 15/12/2016)


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