Shangai
A cidade portuária de Xangai está estrategicamente posicionada no Extremo Oriente, situada no litoral do Oceano Pacífico, possui uma área de 6.340 km2 cuja densidade gira em torno de 2700 pessoas por km2. Um dos principais centros urbanos da China, a cidade é uma grande receptora de investidores estrangeiros e um símbolo da prosperidade econômica chinesa.
Mapa 1: Densidade Populacional de Xangai
Fonte: ArchDaily, 2013
Xangai teve um aumento da sua população em 16 milhões entre 1990 e 2015, fruto do crescimento demográfico e da migração interna campo-cidade, e deve chegar a 30, 8 milhões de habitantes em 2030 atraída pelo acelerado desenvolvimento chinês. Atualmente a região metropolitana de Xangai tem 23,7 milhões de habitantes e é a terceira mais populosa do globo.
Tabela 1: As 10 metrópoles mais populosas
Fonte: The City Fix Brasil, 2016
Xangai é uma cidade milenar que atravessou diversas fases de planejamento e desenvolvimento. Com isso, reconhece-se ao menos quatro etapas na morfologia de Xangai:
● A cidade murada tradicional chinesa foi planejada de acordo com os antigos conceitos; da geomancia, Feng-Shui e I-Ching. Ritos de Zhou ( que datam de 1100 – 256 AC)
● A cidade socialista (1950 – 1980);
● A cidade híbrida (1860-1990) ;
● A cidade global (1990- em diante).
O desenvolvimento mercantil e financeiro de Xangai iniciou-se quando, no fim da guerra do Ópio (Tratado de Nanquim, 1842), abriu suas portas ao comercio com os países ocidentais. Adquirindo, assim, o monopólio de metade do comércio externo da China, atingindo grande desenvolvimento urbano e demográfico. Localizada às margens do Pacífico é banhada pelo rio Huangpu, que a divide em duas partes bem distintas: A oeste do rio está a área chamada “The Bund”, a velha Xangai, onde ficam os edifícios históricos, os restaurantes e a badalação noturna. Do outro lado, observa-se Pudong, a área nova, centro financeiro da cidade.
Porém, nessa mesma cidade, há um lado pouco conhecido; por trás da riqueza de Shanghai, há milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, em condições deploráveis o suficiente para surpreender qualquer um que reconheça a China como “o país que dominará o planeta”, conforme propagandeado. Na cidade, vivem mais de 9 milhões de trabalhadores migrantes, dos quais entre 6% e 7% não têm emprego. Nenhum deles tem a permissão de residência local, um documento chamado hukou e que dá acesso a serviços como saúde e educação. Cada residente chinês acaba ligado ao local onde nasceu por conta do hukou. Toda a massa que se move pelo país fica à margem do já básico sistema de assistência social. A mobilidade que permitiu a mão de obra barata para a indústria e a construção civil – e garantiu a opulência de Xangai - também privou muitos cidadãos de dentro do próprio país de direitos elementares.
Referências:
BRITTO, F. Perspectivas sobre Xangai: Da cidade híbrida a cidade global. ArchDaily, 24 fev. 2013. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-99523/perspectivas-sobre-xangai-da-cidade-hibrida-a-cidade-global/ Acesso em 15 set. 2016
PACHECO, P. África e Ásia devem concentrar o crescimento da População urbana nas próximas décadas. TheCityFixBrasil, 7 de jun. 2016. Disponível em: http://thecityfixbrasil.com/2016/06/07/africa-e-asia-devem-concentrar-o-crescimento-da-populacao-urbana-nas-proximas-decadas/ Acesso em 15 set. 2016