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Detroit: Cidade e o Urbano

A nossa interpretação sobre o espaço geográfico de Detroit depende muito do nosso conhecimento sobre as transformações do Urbano e da Cidade, que aconteceram em Detroit. Porém, conforme já conhecidos, os conceitos de ‘Cidade’ e ‘Urbano’ são diferentes. As diferenças são mostradas claramente na concepção do processo histórico que envolve a cidade de Detroit.


A cidade de Detroit, que não possui qualquer saída para o mar, se desenvolveu com a indústria automobilística. Isso já é o suficiente para a alteração do espaço ao longo do século XX, já que as gigantes montadoras modificaram amplamente toda a imagem da cidade com os imensos galpões.


A partir da década de 1970, contudo, a concorrência crescente de companhias automobilísticas japonesas fez com que as companhias americanas passassem por dificuldades, e a recessão atingiu intensamente Detroit; paralelamente, o esvaziamento que já acontecia desde a década de 1950 em direção a subúrbios fez com que a população da cidade caísse drasticamente, e a instabilidade econômica acabou levando a cidade à falência. Isso ilustra também as modificações do espaço geográfico.



A anomalia do espaço urbano de Detroit, que cresceu tão intensamente, é, agora, sua ruína. O maior “elefante branco”. A mudança na macro-estrutura urbana capitalista trouxe uma nova lógica à produção do espaço, cada nova estruturação muda a forma das cidades, muda a organização dos objetos que a constituem. A disputa entre essas lógicas antigas e as novas lógicas deveriam criar, cada vez mais, uma cidade funcional, que acelere os ciclos de reprodução do capital.


Apesar disso, Detroit acabou por fazer o percurso contrário. Uma grande parte da cidade foi abandonada com a nova lógica da metrópole, e a quantidade imensa de galpões e de loteamentos construídos ao redor desses galpões de fábricas foram abandonados por conta da evasão das fontes de renda e dos antigos mecanismos de gentrificação.


Hoje em dia, há galpões de fábrica e casas antigas sendo ambiente de forte criminalidade, antigos teatros e óperas sendo usados como estacionamento, a maior discussão que ocorre na sociedade civil de Detroit é que uso destinar a todas esses fantasmas ingessados do passado que, a qualquer momento, podem cair na cabeça de alguém.


Mas a maior pergunta que fica é: como, hoje, o espaço geográfico de Detroit é racionalizado levando em consideração o obstáculo que se tornou o próprio sucesso? E como esse espaço funciona?

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