Cidade do ouro
A mineração em Joanesburgo gerou muita riqueza e consequentemente devastação ambiental e social. Joanesburgo foi a capital mundial da produção de ouro e hoje sofre com o esgotamento de suas fontes, o abandono de suas minas e também com os resíduos desta produção que contamina o ar e a água.
Com minas fechadas recentemente agregando-se ao impacto maciço das que foram abandonadas há anos, o país enfrenta uma crescente crise ambiental, de saúde e social, criada por uma indústria do ouro em declínio e pela supervisão inadequada das autoridades. Desde 2013 segundo informações da câmara de Minas da África do Sul as mineradoras produziram cerca de 526.000 vezes mais resíduos do que ouro, mais da metade do que era produzido a uma década atrás.
Com o abandono das minas pelas indústrias, empresas voltadas à exploração secundária da escória, dos subprodutos da mineração, assumiram muitas destas minas. Entretanto, não são suficientes para lidar com a demanda de trabalhadores desempregados, o que aumenta o contingente de “Zama Zamas” — mineiros ilegais cuja denominação significa “Nós tentamos! Nós tentamos!” em zulu.
A África do sul compõem o bloco dos países emergentes, os BRICS, e a cidade de Joanesburgo é o principal eixo urbano e empresarial do país, concentrando, atualmente, cerca de 12% do PIB nacional. Tendo como principais atividades econômicas: indústria, finanças, serviços e comércio. Um encontro entre técnicas e tempos diferentes produzindo um mesmo espaço.
Segundo Milton Santos cada sistema tecnico representa uma época, mas entretanto, com o surgimento de novas técnicas, ou família de técnicas, as outras não desaparecem. O que ocorre é que na divisão internacional do trabalho ao serem inseridas novas tecnicas no mercado global estes instrumentos serão dominados pelos atores hegemônicos enquanto os atores não hegemônicos continuam utilizando conjuntos menos atuais e menos poderosos.(SANTOS) Ainda segundo Santos o subdesenvolvimento e a pobreza no Terceiro Mundo estão intimamente ligados ao planejamento e respondem à interesses hegemônicos.
Referências
E360yale. http://e360yale.universia.net/o-legado-assombroso-das-minas-de-ouro-da-africa-do-sul/?lang=pt-br
Globo. g1.globo.com/natureza/noticia/2013/10/minas-de-ouro-de-johannesburgo-viram-chernobyl-sul-africano.http://e360yale.universia.net/o-legado-assombroso-das-minas-de-ouro-da-africa-do-sul/?lang=pt-br
SANTOS, M. Por uma outra globalização. São Paulo, Ed Record, 2000. Cap 1 A produção da globalização.
VISENTINI, P. G. A258 África do Sul: História, Estado e Sociedade. / Paulo G. Fagundes Visentini [et al.]; organização de Paulo G. Fagundes Visentini e Ana - lúcia Danilevicz Pereira. -- Brasília : FUNAG/CESUL, 2010.