Frankfurt: uma cidade fordista
Na virada do século 19 ao século 20, Frankfurt era uma das mais importantes regiões industriais nas áreas química, eletrotécnica, engenharia mecânica e automobilística na Alemanha. Consequentemente, Frankfurt pode ser visto como uma antiga cidade fordista (Schamp 2001).
Esse desenvolvimento para uma cidade fordista se passou em três etapas entre os anos 1920 até 1970:
1. “A nova Frankfurt” era caracterizada por uma produção intensiva de moradia ligado ao paradigma de produção e consumo de massa.
2. Dos anos 1933 até 1945 representaram uma época dos tempos obscuros de Frankfurt. Como os nazistas não conseguiam tornar o centro de Frankfurt num ponto turístico e 70% dos prédios foram destruídos na Segunda Guerra Mundial, a cidade virou um lugar vazio e despovoado.
3. Durante o milagre econômico do pós-guerra, Frankfurt virou um ponto principal do fordismo alemão constituindo-se num centro financeiro e econômico.
A cidade de Frankfurt na época do pós-guerra se desenvolveu com base no milagre econômico causado pelo plano Marshall para uma cidade caracterizada duma arquitetura moderna. Como a cidade foi destruída quase completamente tinha bastante espaço para construir nova infraestrutura (HrFernsehen 2016). As atividades do fordismo alemão - principalmente a exportação - se concentraram em Frankfurt. Nessa época, o planejamento urbano e a política se orientaram na construção de uma infraestrutura para garantir a produção e o crescimento econômico e não se ocuparam com os verdadeiros problemas da cidade, que causou uma série de problemas durante a crise do fordismo dos anos 70.
Essa crise tinha efeitos sócio-espaciais na cidade de Frankfurt. Como o crescimento econômico parou, o planejamento mudou de “planning of growth” para “planning of order and consolidation” que significou a transformação de residências em edifícios de escritórios e a deslocação da população no centro da cidade. Então o desenvolvimento fordista causou a segregação espacial e funcional, a expansão de edifícios de escritórios no centro e o aumento de meios de transporte na cidade. Em meados dos anos 1960 a população começou a resistir contra essa política hegemônica e repressiva e questionou o poder econômico e político no espaço urbano (Brenner 1998).
A virada política a favor do partido conservador no ano 1977 possibilitou uma mudança no planejamento da cidade focando na internacionalização e centralização sócio-espacial pós-moderna da cidade. A seguinte transformação no desenvolvimento econômico, agora ilimitado, reforçou os processos na política e no planejamento urbano para uma capital internacional. O definitivo desvio dos processos fordistas promoveu a mobilidade global e condições para a acumulação flexível. A partir da metade dos anos 80, os investimentos diretos do exterior aumentaram e do mesmo modo a importância global de Frankfurt (Schamp 2001). A ampliação do aeroporto, bem como o estabelecimento de corporações transnacionais e bancos, como o Banco Federal Alemão e o Banco Central Europeu, possibilitaram a transformação de Frankfurt em uma cidade global (Brenner 1998).
Literatura
Brenner, N. (1998): Global cities, glocal states: global city formation and state tertorial restructuring in contemporary Europe. In: Review of International Political Economy, Vol 5, No 1, Taylor & Francis Ltd., p.1 -37.
HrFernsehen (2016): Frankfurt im Wiederaufbau und Wirtschaftswunder.
URL: http://w w w. h r - o n l i n e . d e / w e b s i t e / f e r n s e h e n / s e n d u n g e n / i n d e x . j s p ?rubrik=56465&key=standard_document_59529580. Acesso 28.09.16.