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Fórum Social Mundial (FMS)

"Haveria, de um lado, em Davos, os propagandistas da globalização, e do outro, em Porto Alegre, aqueles que a denunciam"




O Fórum Social Mundial (FMS) é um encontro anual internacional articulado por movimentos sociais, ONGs e pela comunidade civil para discutir e lutar contra o neoliberalismo, o imperialismo e, sobretudo, contra desigualdades sociais provocadas pela Globalização. É caracterizado por ser não governamental e apartidário, apesar de alguns partidos e correntes partidárias participarem ativamente dos debates e discussões. O FSM ocorreu na cidade de Porto Alegre em 2001 e em várias outras oportunidades.


A realização do Fórum Social Mundial (FSM) em Porto Alegre (o primeiro da série), simultaneamente do 31 Fórum Econômico Mundial em Davos/ Suíça, entre 25 e 30 de janeiro de 2001, representa um acontecimento de primeira ordem nas relações- internacionais. No início do século XXI, após duas décadas de predomínio das concepções neoliberais, de crise das esquerdas, de colapso e recuo de regimes socialistas e das graves consequências sociais da globalização e da revolução científico-tecnológica (a maior delas o desemprego), a questão social reemerge no plano mundial.


Embora a CNN e outros órgãos da mídia tenham tentado ignorar a realização do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, ele acabou tendo enorme impacto político, influindo inclusive no discurso de Davos. Depois das crises financeiras mundiais e das manifestações contra o FMI, o Banco Mundial, a OMC e a União Europeia, em Washington, Seattle, Praga e Nice, mas sobretudo com a criação de um fórum de oposição, a questão social foi resgatada, ainda que timidamente, pelo Fórum Econômico.


Em Porto Alegre havia uma reunião popular, com a participação de dezoito mil pessoas, representando mais de uma centena de países e de movimentos de caráter extremamente diverso. Tinham em comum apenas a decidida oposição à globalização neoliberal. Nesta cidade, situada no sul do Terceiro Mundo, laboratório de novas formas de gestão pública (juntamente com o Estado do Rio Grande do Sul), ocorria uma mescla de reencontro festivo e discursivo da esquerda mundial, com a formulação de uma nova agenda para influir sobre a globalização (e não para eliminá-la).


Para os espíritos superficiais, que costumam acreditar piamente em tudo quanto é apresentado pela mídia – mesmo os mitos e distorções da realidade – os fóruns realizados respectivamente na capital gaúcha (“Fórum Social Mundial”) e na cidade dos Alpes suíços (“Fórum Econômico Mundial”) representariam, por excelência, dois pólos internacionais antagônicos. De um lado, ter-se-ia congregado em Porto Alegre o “creme” da esquerda mais radical, oposta à chamada atual globalização; e de outro, em Davos, teria havido uma condensação da“quintessência” do capitalismo neoliberal, que está levando adiante o processo da globalização.


Bibliografia

http://forumsocialportoalegre.org.br/

LEITE, José. FÓRUM SOCIAL MUNIAL. Fundação Perseu Abramo, Porto Alegre.

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