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O sistema Just in time e a produção da cidade

A cidade Tókio conta com uma população de mais de 13,62 milhões de habitantes, possuindo a maior economia metropolitana do mundo e a mais populosa. Pierre Geoge ao analisá-la nos anos 60 definiu a cidade como uma verdadeira indústria de portos, dado seu caráter insular e, ao mesmo tempo, industrial de exportação de mercadorias pelo mundo. Hoje a cidade passa a ser um importante centro financeiro estratégico no bojo da mundialização do capital, onde a circulação de mercadorias e informação (sendo a força de trabalho a mais específica de todas as demais que dará sentido ao seu movimento) se coloca como central para que, assim, o financeiro se realize e assim a cidade sua materialização plena.


Mapa 1 – Sistema Metroviário das Principais Linhas de Tókio


Fonte: Wikipedia.com/Japan


Ao analisar a sucessão das representações cartográficas de Tókio, observa-se o acentuado grau de articulação entre seus diferentes pontos e lugares, ficando perceptível o movimento sincrônico no que tange as malhas metroviárias, ferroviárias e rodoviárias. A ideologia do Just in time cabe perfeitamente no que tange o pressuposto do “estar no lugar certo, na hora certa” e desse modo reafirmando a reestruturação das cidades em um tempo histórico determinado. Assim, os fundamentos do toyotismo pensado sob a realidade fabril entre os ano 60 e 70 no Japão por Itachi Onno, extrapola suas fronteiras, tomando a racionalidade do planejamento e a produção das cidades pelos principais agentes hegemônicos no atual estágio do imperialismo, assim, a cidade passa a ser o campo estratégico de materialização dessas ações dentro de um determinado jogo de forças no qual se reafirma o econômico em todas esferas da vida social.


Mapa 2 – Sistema Rodoviário de Tókio


www.buzzfeed.com.br


Se por um lado a mobilidade urbana e o uso de diferentes lugares da cidade passam a ser fundamental para seu uso, por outro ela passa a ser necessária para o próprio controle sobre os diferentes tempos da vida cotidiana (lazer, trabalho, estudos e etc.) o que passa necessariamente pela mediação das trocas entre coisas, como: a produção, o consumo, distribuição e etc.


Por isso a necessidade de uma cidade onde a administração e controle dos tempos seja extremamente racionalizada. Talvez o exemplo mais concreto desse raciocínio, no que diz respeito ao controle e encurtamento do tempo de circulação das mercadorias, seja o trem japonês de levitação magnética (maglev) recentemente testado que alcança uma 600 km/h. Produzido pela Central Japan Rainway Co que está no projeto de ligação entre as cidades de Tókio e Ozaka até 2020 nas Olimpíadas. Recuando na história vale destacar que as Olimpiadas de 1964 trouxe o trem bala nesse momento e assim redefinido os tempos de uso e consumo nos/dos lugares.


Mapa 3 – Representação cartográfica da estrutura viária de Tókio de Tókio

Fonte: www.zeroperzero.com



Referências:



LUFKIN, B. 8 tecnologias que farão das Olimpíadas de Tóquio as mais futuristas que já vimos. Acessado dia 30/09/2016. http://gizmodo.uol.com.br/8-tecnologias-olimpiadas-2020/.


FERRARI, T. Construção dos tempo e espaços humanos IN: Fabricalização da cidade. Outras palavras. São Paulo. p.113 – p.148.


OHNO, I. Evolução do sistema fordista de produção. IN: Sistema Toyotista de produção. Artes médicas. Rio grande do Sul. p.37 – p.60.

GEORGE. P. A indústria Japonesa. IN: Geografia Industrial do mundo. Bertrand Brasil.p.77 – p.84


Links das imagens: http://www.zeroperzero.com/_p/prd2/3218007381/product/tokyo-poster


https://www.buzzfeed.com/simoncrerar/16-mapas-de-toquio-que-farao-sua-cidade-parecer-in?utm_term=.jt7LBmNxV#.qwVwNYG7y

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