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A metrópole de Buenos Aires à luz do capital financeiro: caso de Puerto Madero

A financeirização da economia redesenha o espaço, bem como redefine funções ao longo do tempo. Se alteram, por excelência, as produções, as matérias-primas, as políticas, a economia, a sociedade etc.: caracteriza-se o meio-técnico-científico-informacional, num lócus essencialmente urbanizado. A metrópole é o palco dessas transformações espaciais. Em São Paulo, é visível esse fenômeno: o Centro Velho – antigo centro econômico primaz da metrópole – perdeu relevância em detrimento de uma nova espacialidade – vetor Sudoeste (Berrini, Faria Lima, Rebouças, Pinheiros etc.); o espaço se ressignifica, em direção ao atendimento das necessidades do capital.


O mesmo fenômeno subjaz às espacialidades metropolitanas de Buenos Aires. Um grande exemplo é a transferência de centralidade econômica: do Centro Histórico a Puerto Madero, cujas atividades econômicas, antigamente – pré-financeiras – se resumiam à funções portuárias.

Antigo depósito de grãos - Puerto Madero

O projeto do Puerto Madero foi feito nos começos dos anos 90 para dar uso a um bairro urbano que tinha sido porto. Por um lado o objetivo do governo da cidade de buenos Aires e do Governo Nacional, atores principais no desenvolvimento da área foram de reestruturar o bairro. Porém, houve investimento privado e consequente endividamento da cidade de Buenos Aires. Em Puerto Madero aconteceu uma refuncionalização e comercialização de terras públicas estratégicas, junto com a atração de investidores privados e empresas que compraram lotes e construíram com um nível de alto padrão, dirigido a usuários corporativos e indivíduos de alto poder adquisitivo.


A reurbanização compreendeu 170 hectares em uma área portuária fora de atividade, fazendo limite com o centro administrativo e financeiro, incluindo um conjunto de 16 edifícios degradados porém de alto valor patrimonial que são os antigos docks do porto. Puerto Madero, assim como como o eixo Faria Lima/Berrini, são exemplos de como as grandes corporações transnacionais, agentes que concentram grande quantidade de capital financeiro internacional, definem os usos dos espaços, inclusive os públicos, uma vez que se tornaram importantes participantes na criação de políticas, sempre pensadas para o melhor desenvolvimento de suas atividades.


Cercanias do luxuoso Hotel Faena

Referências


http://www.puertomadero.com/antiguo_esp.php <acesso em 23/10/2016>


http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/viajologia/noticia/2014/11/bpuerto-maderob-um-projeto-obsoleto-que-deu-certo-100-anos-depois.html <acesso em 23/10/2016>



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