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Da industrialização argentina à flexibilização da economia de Buenos Aires

A industrialização argentina começou no início do século XX e Buenos Aires foi essencial para este processo. A transição de um país rural para urbano se deu concomitante aos países vizinhos, na incursão destes no circuito capitalista mundial. Assim, a combinação do capital britânico, com a malha ferroviária, a mão de obra imigrante e o porto de Buenos Aires fez com que a indústria começasse a se desenvolver, voltada para a exportação.


Como efeito da Primeira Guerra Mundial e da Crise de 1929, a Argentina, assim como o Brasil, adotou um modelo de substituição de importações, com capital interno de pequenas e médias empresas e capital estadunidense, que contribuíram para o desenvolvimento das indústrias de bens de consumo não alimentício, voltada para o mercado interno.


Produção de aço em San Nicolás, Província de Buenos Aires


Apesar desta industrialização inicial, a Argentina moderna só se consolidou depois da Segunda Guerra Mundial. Juan Domingos Perón foi eleito presidente em 1946 e o seu governo foi marcado pelo crescimento industrial do país. Enquanto o capital nacional se inseriu na indústria alimentícia exportadora e na produção de bens de consumo não duráveis, o Estado ficou responsável pelos serviços públicos e pela implantação de infraestrutura, como a melhora das ferrovias, para desenvolver então uma indústria de base e o capital internacional, principalmente europeu, investiu e desenvolveu no país as indústrias de bens duráveis, principalmente as indústrias mecânicas.


Este desenvolvimento acarretou uma grande atração de mão de obra, imigrante ou não, para as cidades para trabalhar nestas industrias, o que contribuiu para o processo de urbanização. Porém, mesmo o país sendo industrial e urbano, ainda tem como base, paradoxalmente, o complexo rural e até hoje exporta bens alimentícios, produtos de origem primária para a Europa Ocidental e outros países da América Latina.


Hoje – e enfaticamente a partir da década de 1990 –, há diferentes complexos industriais especializados, ao longo do território, desde o agroalimentar ao químico e petroquímico, têxtil, automobilístico, de energia etc. Igualmente, os setores produtores de serviços – estabelecimentos financeiros, seguradoras, comerciais etc. – começaram a se dinamizar globalmente e ganhar maior representatividade nos indicadores econômicos. A economia de Buenos Aires se tornou muito mais flexível e abrange níveis de especialização específicos. A divisão territorial do trabalho é maior, de modo que a descentralização, com efeito, também o é.


Estrutura do PIB Argentino (INDEC, 2005)


Referências


<http://www.mecon.gov.ar/informe/infor12/intro.htm>. Acesso em 27/10/2016


<http://surdelsur.com/es/actividad-industrial-argentina/>. Acesso em 27/10/2016


<https://es.wikipedia.org/wiki/Econom%C3%ADa_de_Argentina>. Acesso em 27/10/2016




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