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Santiago: Reestruturação pós-anos 70

Com a tomada do poder pelos militares comandados por Augusto Pinochet, o Chile passou a vivenciar um modelo de crescimento e modernização baseado na superação de uma industrialização de substituição de importados para a entrada de tendências neoliberais. Nessa transição do modelo fordista para a acumulação flexível, pós crise dos anos 70, essa mudança afetou e ainda afeta as relações dadas no Chile, sobretudo na capital chilena e sua área metropolitana, nosso centro de interesse. O esquema de Mattos (2000) aborda um funcionamento geral do sistema, algo que ele procura abordar observando a realidade chilena e santiaguina.

Figura 1 – Esquema de Mattos (2000) acerca dos efeitos da reestruturação e da globalização no Chile

Observando o esquema, pode-se apreender que a partir da reestruturação econômica nacional e a nível global com os primórdios da globalização surge um novo cenário econômico e social, que interfere diretamente numa nova base econômica metropolitana e em um novo modelo de gestão urbana. Estes dois aspectos, juntos, se refletem em três efeitos: morfológicos territoriais, sócio territoriais e físico territoriais.

De acordo com Mattos (2000), em resumo estas mudanças indicam:

  • um aumento na tendência de suburbanização, com crescimento sem limites da mancha urbana;

  • a permanência de uma estrutura metropolitana polarizada e segregada acentuando as diferenças de classes sociais;

  • impactos na morfologia metropolitana causados por novos artefatos urbanos;

Na região metropolitana de Santiago e no Chile como um todo, Tapia e Espinoza (2014) tratam dessas mudanças tendo como ponto central essa questão do novo regime de acumulação e da desarticulação do popular, do sindical, do político e das condições de vida da população com o projeto da ditadura de Pinochet. Flexibilidade, reorganização das centralidades, aumento da desigualdade que refletiu no espraiamento da metrópole santiaguina e um contraste espacial ainda maior que o vivenciado até então. Verificando a expansão no contexto citado, representadas pela cor rosa e tons de azul, pode-se observar que este espraiamento se deu, mais expressivamente, ao nordeste, noroeste e sul da metrópole.

Figura 2 – Expansão urbana de Santiago (1541-2009)

Essa expansão metropolitana refletiu em diferentes ritmos e intenções, onde a região nordeste assumiu um protagonismo e uma centralidade que gira em torno das classes mais altas. Por outro lado, nos vetores noroeste e sul, houve a concentração de uma parcela mais pobre, separada desse núcleo mais rico pelas regiões mais históricas e do um centro de classe média-alta.

Figura 3 – Renda média dos moradores de Santiago (2012)

Referências

MATTOS, C.A. de. Santiago de Chile, globalización y expansión metropolitana: lo que existía sigue existindo (2010). Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n4/9751.pdf>. Acesso em 29 de out. 2016

TAPIA, K. N.; ESPINOZA, A.P.; La acumulación flexible en Chile: aportes a una lectura socio-histórica de las transformaciones recientes del trabajo (2014). Disponível em: <http://www.fundacionsol.cl/wp-content/uploads/2014/07/Narbona_Paez_RPI_.pdf> Acesso em 29 de out. 2016

Imagens

Figura 1 – Mattos, C.A. (2010)

Figura 2 – Observatório Habitacional do Ministerio de Vivenda y Urbanismo. Disponível em: <http://www.observatoriohabitacional.cl/opensite_20080122171157.aspx>. Acesso em 29 de out. 2016

Figura 3 - Santiago, en la cuenca del clasismo. Disponível em: <http://discriminacionproblemapsicosocial.blogspot.com.br/2012/12/santiago-la-cuenca-hecha-discriminacion.html>. Acesso em 29 de out. 2016


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