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Xangai: cidade híbrida, metrópole global

A cidade de Xangai passou por muitas transformações desde sua origem milenar até os tempos de hoje. Podemos identificar pelo menos 4 etapas, cronologicamente, em sua morfologia, a cidade murada tradicional chinesa, a cidade socialista, a cidade híbrida e, por fim, a cidade global. Cada etapa abriga, certamente, os devidos movimentos de reestruturação e, consequentemente, as refuncionalizações do espaço. Em consequência deste processo, acelerado desde os meados do século XIX, a cidade de Xangai atualmente apresenta cinco grandes setores morfologicamente diferenciados, são eles: o centro histórico e tradicional, as áreas de expansão do século XIX, a expansão da cidade durante a primeira metade do século XX e por último, os planos e estratégias em torno da criação de cidades satélites, desde os princípios dos anos 80.


Para poder perceber e analisar os processos de reestruturações urbanas de Xangai é necessário confrontá-lo com o movimento geral do modo de produção capitalista,neste sentido a urbanização da cidade sob o capitalismo representou, antes de tudo, transformações profundas ao nível das relações sociais como um todo. Segundo Costa e Moraes:


o significado real da urbanização contemporânea transcende em muito aquilo que nos é oferecido pela observação de seu aspecto físico. Além do fato de que a cidade representa para o capital, objeto e meio de realização de lucros de toda ordem (condição geral de reprodução da produção), o que a transforma em gigantesca massa de capitais privados e capital social geral, ela expressa também uma verdadeira revolução em suas antigas funções. (COSTA E MORAES, 1987, p.91).


A necessidade de uma reforma econômica durante a transição da economia planejada para uma economia mista, ou "socialismo de mercado" impulsionou uma grande mudança do meio técnico e científico de Xangai no fim dos anos 90. A partir do desenvolvimento econômico da China ocorre um planejamento com o propósito de inserir a cidade de Xangai na economia mundial como um nó-chave para o mercado globalizado consumando assim o atual período da cidade global. Esta corresponde à evolução dos processos de produção e reprodução do meio geográfico aonde ocorre uma união entre técnica e ciência, guiadas pelo funcionamento do mercado, caracterizando o período do meio técnico cientifico informacional, que graças aos avanços tecnológicos, expande-se e consolida o processo de Globalização. Segundo Milton Santos, no período que corresponde o meio técnico científico informacional “A informação é o vetor fundamental do processo social e os territórios são desse modo, equipados para facilitar sua informação” (SANTOS, 2014, p.239)


Os contornos arquitetônicos também podem dar o tom das reestruturações urbanas da cidade de Xangai quanto a sua materialidade histórica. Da cidade híbrida (1860-1990), por exemplo, podemos denotar a forte influencia britânica quanto aos traços arquitetônicos, não por acaso, pois até a consolidação do regime comunista a Inglaterra exercia forte influência política e econômica sobre Xangai. A arquitetura da cidade híbrida se mistura com a da global (1990 em diante) que recebe a influência dos modelos internacionalizados dos arranha-céus espelhados, aonde funcionam as atividades de caráter altamente tecnológicas. Há também na paisagem de Xangai resquícios da cidade socialista (1950-1980).


Fonte: ArchDaily, 2013



Referências:


COSTA, W.M; MORAES, A.C.R. Geografia Crítica: A Valorização do Espaço. 2.ed. São Paulo. HUCITEC,1987. 195 p.

SANTOS, M. A natureza do espaço. 4 ed. São Paulo. EDUSP, 2014. 384p.


TELLA, G. Perspectivas sobre Xangai: Da cidade híbrida a cidade global. ArchDaily. 24 fev. de 2013. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/0199523/perspectivas-sobre-xangai-da-cidade-hibrida-a-cidade-global/ Acesso em: 28/10/2016.





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