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A independência mexicana e a reorganização espacial na Cidade do México

A independência mexicana não ocorreu de forma pacífica, ao contrário, foi preciso uma guerra de 11 anos com a metrópole, iniciada em 1810 e que se estendeu até 1821. Esse processo sangrento afetou as atividades produtivas fundamentais da colônia tanto da população do campo como das cidades. Os habitantes dos pequenos povoados rurais se dirigiram aos centros urbanos – em especial para a capital – em busca de segurança.


Em alguns casos, esse fluxo migratório foi muito violento e regionalmente diferenciado. Este processo provocou a saída de cidades cuja economia era baseada na mineração, enquanto os centros urbanos receberam migrantes. Dentre as cidades que mais receberam pessoas estão a Cidade do México e Guadalajara. Dessa forma, a guerra modificou em parte o predomínio da Cidade do México dentro da organização urbana colonial, pois cidades como Guadalajara, San Luís Potosi, Durango e Querétaro cresceram mais rápido que a capital. Apesar disso, a Cidade do México continuou sendo o centro urbano mais importante da Nova Espanha.


Assim, a despeito das epidemias ocorridas na capital, na década de 1810, a população cresceu 37% entre 1793 e 1820. Este crescimento se explica pela migração da população proveniente das zonas de guerra. Com isso, em 1827 a Cidade do México estava transformada: o comércio exterior e interior havia crescido; havia poucas casas desocupadas e era possível perceber o surgimento de uma comunidade de forasteiros pequena, mas ativa. Nessa época, a capital já contava com uma população de 150 mil habitantes. O conflito impactou particularmente a agricultura, uma vez que expulsou a população de seus locais de trabalho. Este grande êxodo rural afetou a estrutura urbana colonial.


Quanto às consequências econômicas deste cenário, nota-se que durante as primeiras décadas após a independência, houve um aumento das atividades comerciais e de serviços, em detrimento das atividades produtivas. Na Cidade do México isso se refletiu por meio da grande quantidade de vendedores ambulantes. Desde a independência, houveram vários movimentos políticos importantes, como um Império, a República Federalista, República Centralista, a invasão norte-americana de 1846 a época de Comonfort, a Guerra dos Três Anos e mais tarde o Império de Maximiliano, o que sucitou contínuas mudanças nos governos e na própria Cidade do México.


É a partir da segunda metade do século XIX que o crescimento urbano se acentua, chegando a 240 mil habitantes em 1870, 300 mil em 1870 e quase 370 mil na virada do século.


Fig.1 – Plano oficial da Cidade do México em 1891.


Referências


SOTELO, María Eugenia Romero; JÁUREGUI, Luis. México 1821-1867. Población y crecimiento económico. Iberoamericana (2001), p. 25-52, 2003.


MARTÍNEZ, María Esther Sánchez; “La Ciudad de México em la cartografía oficial de Porfiriato”. Universidad Nacional Autónoma Metropolitana Unidad Azcapotzalco.


SÁNCHEZ, Enrique Cervantes. “El desarrollo de la Ciudad de México” em http://www.posgrado.unam.mx/sites/default/files/2016/04/1103.pdf acessado em 11/11/2016.


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