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A Periferia da Cidade de La Paz

O processo de formação da periferia das cidades da Bolívia se dá forma diferente das cidades no Brasil, enquanto no Brasil grande partes dos subúrbios das cidades são originadas por meio de processos que estão associados ao inchaço das cidades (imigração) e pela alteração na forma da moradia, o cortiço como a primeira forma degrada de moradia popular que irá por meio das transformações que as cidades sofrem, tais como as adequações espaciais atribuídos as reformas higienistas, a fim de criar um ambiente sadio para a população elitizada, destrói os cortiços e seus moradores são obrigados a procurar outras formas de moradia, dando inicio ao processo de expansão horizontal da cidade, que se deu por meio da autoconstrução formando as favelas e bairros pobres nos lugares mais distantes do centro da cidade, ou seja, nos entornos das cidades.


Mais tarde, estes lugares mais longínquos foram denominadas de periferia da cidade, onde a infraestruturas de bens e serviços são, por muitas vezes, negligenciadas pelo governo.


Já na Bolívia esse processo ocorre de forma diferente, segundo Cristina Cielo, as formações das periferias bolivianas estão ligadas a uma identidade cultural; ao movimento indígena do país. A presença cultural torna-se evidente nas formas das residências, segundo Pedro Augusto Hauck, as casas são feitas de barro (adobe) construídas de forma artesanal de maneira muito semelhante às antigas civilizações antes da chegada dos espanhóis, com alguns elementos modernos como os telhados feitos com telhas industrializadas.


A periferia de La Paz localiza-se nas vertentes montanhosas enquanto a centralidade da cidade fica no vale. Apesar de, encontrarmos vários relatos de turistas que dizem que a cidade, como um todo, possui um aspecto de favela sendo apenas uma ou duas avenidas que concentram maiores aspectos urbanos remetendo a uma centralidade ainda assim, podemos notar que as formas de moradias vão mudando em direção às vertentes, assim como as infraestruturas tais como: ruas asfaltadas, esgoto, água encanada e energia elétrica, que vão ficando cada vez mais escassos, resultando num aspecto formal muito parecido com as nossas favelas.


Vista panorâmica da cidade de La Paz – Fonte: Un Cambio de Aires


Devido essa ocupação das vertentes e pelo o fato de que as casas geralmente são de autoconstrução logo, não há um estudo técnico que vise a segurança é comum a ocorrência de alguns desastres na época de chuvas fortes.



Referências


CIELO, Cristina. Informalidades e legitimidades das periferias bolivianas (Cochabamba). Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 22, n. 2. Novembro de 2010.


ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei. São Paulo, FAPESP/ Studio Nobel, 1997.Cap 4 Compromissos: legislação urbana e cidadania.


SILVA, Pedro Augusto Hauck de. Reflexões Sobre a Geografia Urbana de La Paz - Bolívia . Anais do X Encontro de Geógrafos da America Latina. USP, 200


VALLADARES, Licia do Prado. A invenção da Favela – Do mito de origem a favela.com. Belo Horizonte, Ed. FGV, 2005.


Sites


Fonte da imagem: Disponível em http://www.uncambiodeaires.com/fiesta-de-el-gran-poder-2013-la-paz-bolivia/ Acessado em 08/11/2016.


Reportagem: Disponível em < http://www.rtp.pt/noticias/ambiente/lama-devasta-periferia-de-la-paz_v421226 Acessado em 08/11/2016.



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