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Reformas na cidade de Assunção no século XIX

Como muitas cidades sul-americanas no século XIX Assunção também passou por diferentes reformas de ordenamento e embelezamento das suas ruas a partir de 1821. A principio, as reformas tiveram como fim a organização das tortuosas ruas da cidade levadas a cabo por Dr. Francia, personagem significativo da história paraguaia que em 1816 se torna ditador perpétuo do Paraguai.


As reformas promovidas por Dr. Francia levou a baixo cerca de 500 casas respeitando o centro cívico da cidade, criando três novas praças e construindo 40 novas casas. Houve também o endireitando e alargando as ruas da cidade. Além disso, houve um esforço em melhorar a infraestrutura urbana com numerosas obras de canalização e o estabelecimento do primeiro sistema de iluminação pública da cidade (a base de velas), apesar disso as ruas da cidade continuaram sem nenhum tipo de melhoramento.


Em 1840 Don Carlos A. López chega ao poder dizendo que a cidade oferecia um aspecto muito desagradável e com isso empreende uma série de reformas afim de “embelezar” a cidade. Dessa forma, cria uma política de investimento em prédios e obras públicas para restaurar o caráter urbano de Assunção. Como ocorreu em outras grandes cidades do continente, serão chamados profissionais europeus para a realização das obras. Nesse período, se consolida o traçado da cidade em quadras com um eixo principal (Hoje histórico), que liga o porto, a “Plaza Mayor” e a “Plaza de las Armas” (hoje "Plaza Uruguaya") e a cidade cresce com novos bairros.


Os profissionais responsáveis pelas obras desse período são prioritariamente ingleses, destacando entre eles Taylor, que desenhou entre outras obras o traçado do Ferrocarril e o atual palácio do governo. A cidade ganha contornos neoclássicos se inspirando nos modelos europeus.

No governo de Solano López, são contratados mais profissionais estrangeiros, dessa vez especialmente italianos, para seguir com o processo de “embelezamento” da cidade. Entre eles destaca-se Ravizza que desenhou o Oratório da Virgem de Assunção, o Panteão dos Heróis, o Teatro Municipal entre outras obras.


A guerra da “Tríplice Aliança” (1864/1876) chega a Assunção em janeiro de 1869. Trinta mil soldados brasileiros comandados por Duque de Caxias mais tropas argentinas invadem e ocupam a cidade saqueando e destruindo Assunção. A cidade esteve ocupada por cinco meses pelas tropas inimigas, isso somado as perdas humanas deixam o Paraguai em delicada situação de destruição.


Para financiar obras de infraestrutura e reconstrução o estado vende numerosos prédios e poucos anos depois são formados novos bairros em Assunção e no resto do pais, com alargamento de ruas nos pontos de maior concentração demográfica. Nesse período há um forte crescimento demográfico na cidade em apenas três anos, passando de 24,838 para cerca de 51.719 habitantes.


Assim, podemos notar que o processo de transformações urbanas na cidade Assunção segue uma lógica parecida, apesar de suas particularidades, tendo em conta as grandes cidades do subcontinente sul americano. Tal processo de uma maneira geral tinha como base teórica as idéias do higienismo e como modelo as reformas urbanas realizadas em Paris por Haussmann.


Referência


Inventario de Ciudades y Poblaciones Históricas: Nuestra Señora de la Asunción (Paraguay). Disponível em: http://www.esicomos.org/Nueva_carpeta/TCSM/fichadeasuncionB/fichadeasunci%C3%B3n00.htm#Principales etapas históricas. Acesso em 9 de novembro de 2016


Fotografias


Boulevard Castilhos França: IBGE: Belém. Disponível em: <www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?codmun=150140>.

Mercado Ver-o-Peso, antes e depois: Belém antiga. Disponível em: <http://belemantiga.blogspot.com.br/2015/09/ver-o-peso-antes-e-depois-1893-e-2015.html>.




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