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Desmetropolização

O fenômeno da metropolização se constitui num processo em que as cidades de uma determinada região metropolitana (ou apenas uma cidade fora de uma região metropolitana), estão em via de se tornarem uma metrópole, ou seja, prestes a abrigar mais de um milhão de habitantes em uma região ou apenas em uma cidade.


A cidade de Detroit ainda pode ser considerada uma grande metrópole, em virtude da sua população e da sua influência na região. Porém, com as constantes crises que a cidade enfrenta, este caráter de metropolização tende a se reverter numa desmetropolização. Se o processo de metropolização é marcado pela forte industrialização, que acarreta numa intensa urbanização e um fenômeno migratório em direção a cidade, Detroit passa por uma situação contrária, confirmando a tendência da desmetropolização, uma vez que as indústrias automobilísticas massivamente deixaram a cidade, ocasionando em desempregos e na dispersão dos habitantes.


Durante o século XX, Detroit teve um dos maiores crescimentos demográficos entre as grandes cidades estadunidenses, perdendo percentualmente apenas para Los Angeles, aumentando de 286 mil para 1 milhão e 850 mil habitantes, em 1950. Isto coincide com a época da instalação das empresas automobilísticas, que incentivaram uma grande onda migratória de mão-de-obra para a cidade; sua área metropolitana chegou a possuir 3 milhões e 170 mil habitantes até 1950, crescendo seis vezes o total registrado em 1900.


As quedas populacionais mais drásticas passaram a ocorrer a partir de 1950, e principalmente entre 1960 e 1970, quando Detroit chegou a perder, no somatório, mais de 600 mil habitantes, na época em que medidas neoliberais que facilitaram a entrada de empresas automobilísticas que rivalizariam com a indústria nacional, além da busca por mão-de-obra mais barata. No período de 2010 a 2015 também se nota uma outra queda considerável na população de Detroit, configurando outro grande esvaziamento. Isso caracteriza, portanto, um processo constante e gradativo de desmetropolização.


A figura um demonstra este crescimento supracitado nas populações de Los Angeles e em Detroit , entre 1900 e 1940 a taxas extremamente similares, durante e no pós guerra ainda vertiginosas para os dois, embora já seja clara a discrepância entre o crescimento LA/DT , e a partir de 60/70 a população total da cidade dos anjos continua numa ascensão vertiginosa (embora se assemelhando menos a uma função exponencial agora), enquanto a antiga estrela Automobilística contenta-se em manter sua população total estável.


O gráfico 2 (nomeado figure 3) demonstra a população total de Detroit, assim como do condado de Wayne, e outros condados suburbanos, O restando do condado de Wayne teve um crescimento vertiginoso nas primeiras décadas do declínio populacional de Detroit, provavelmente recebendo aqueles que dela Emigravam, porem foi minguando nas décadas subjacentes, pois estes habitantes foram, provavelmente, destinados aos outros condados arredores no mesmo que foram crescendo vertiginosamente nas décadas mais recentes. Com base nesses dados podemos inferir o movimento de espalhamento desta população.


Bibliografia:

Wendell Cox, The Evolving Urban Form: Detroit, 06/10/2016. http://www.newgeography.com/content/005284-the-evolving-urban-form-detroit, (Acessado em 02/12/2016)

Thomas J. Sugrue, The Origins of the Urban Crisis, Race and Inequality in Postwar Detroit, 2005

Dados, do US Census Bureau.

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