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Desenvolvimento Orientado para o Transporte como uma nova tendência de urbanização em Tóquio

Tóquio é mundialmente reconhecida pela eficiência, pontualidade, alcance e qualidade do seu sistema de transporte público, o resultado disso é que pouco mais 10% dos deslocamentos pessoais na cidade são feitos com o uso de automóvel. Ainda que tenha uma notável infra-estrutura viária, Tóquio investiu massivamente no desenvolvimento da sua rede de transporte público, principalmente na rede metro-ferroviária o que garante que milhões de pessoas circulem por todos os lugares da cidade usando os diversos modais disponíveis com incrível precisão no controle de tempo. Com a implantação do Shinkansen (trem de alta velocidade), Tóquio se consolida como metrópole com um sistema amadurecido e articulado com demais metróploles do território nacional. Entretanto, o desenvolvivento de grandes aglomeações exige elaboração de sistemas que garantam a distribuição em massa, tal como seu deslocamento, o que demanda mudanças na qualidade e dimensão das infra-estruturas implantadas. Contudo, novas tendências de urbanização tem sido visadas em Tóquio como forma de descongestionar as áreas centrais, descentralizando as estruturas produtivas por meio da criação de subcentros estruturados ao longo de entroncamentos de grandes linhas de trem e metrô. O modelo corresponde ao DOT - Desenvolvimento Orientado pelo Transporte urbano (tradução livre de TOD - Transit Oriented Development) que propõe o desenvolvimento urbano qualificado, a partir do vínculo estabelecido entre este e o planejamento de transporte, do qual são utilizados os eixos estruturais criados, como vetores do desenvolvimento urbano regional.


Adensamento urbano em Tóquio

Fonte: http://www.japan-tourist-guide.com/tokyo-skytree2.jpg


Em Tóquio, a Tokyo Corporation, companhia de desenvolvimento urbano local, é uma das diversas empresas privadas responsáveis por planejar e implantar parte do sistema público de transporte sobre trilhos e também reurbanizar partes da cidade. Ela não é apenas uma corporação privada de desenvolvimento urbano, mas principalmene uma empresa ferroviária que possui atividades imobiliárias e de desenvolvimento urbano paralelas à sua própria malha. A aquisição dos terrenos da área de interesse ocorre antes do anúncio da implantação da linha enquanto os preços estão baixos, desta forma a corporação se torna a principal proprietária de imóveis na região. Ocorre um redesenvolvimento da terra por meio de mecanismos financeiros e regulatórios que permitem que o produto do aumento do valor da terra seja gasto para financiar o desenvolvimento da própria infra-esrutura. Paralelamente, a operação ainda traz novos usuários para as linhas e estações implantadas, o que gera também sinergias comerciais que tornam o conglomerado resultante rentável. Parte do investimento imobiliário retorna para os proprietários originais sob formas de apartamentos, espaços comerciais e escritórios, e segundo a empresa nacional pública de produção habitacional parte da área residencial deve ser destinada para população de baixa renda. Contudo, muitos bairros resistem às operações mobilizados contra a destruição de espaços reconhecidos com qualidades urbanísicas, além disso há a expulsão de moradores e locatários para subúrbios devido a valorização destas áreas.



Referências:

MURAKAMI, T. Transit Oriented Davelopment and Land Value Capture in Japan. Forum on Land Management and Value Capture, Bogota, Colombia. 2015 Disponível em: < >. Acessado em: 08/12/2016.

ROLNIK, Rachel. “Tóquio e a forma de adensar a cidade”. Blog da Raquel Rolnik. 29/07/2014 Disponível em: < https://raquelrolnik.wordpress.com/2014/07/29/toquio-e-a-forma-de-adensar-a-cidade/> Acessado em 08/12/2016.


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