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Greater Downtown

Apesar da completa decadência dos bairros ao seu redor, o “Greater Downtown”, o Grande Centro, tem apresentado alguns dados bastante encorajadores.


Entre 2010 e 2013, Greater Downtown aumentou seu contingente de trabalhadores em 16,000 pessoas. Os principais setores de contratação são empresas de hipoteca, como a Quicken Loans; serviços de seguro de vida, como Blue Cross Blue Shield e empresas de propaganda, como a Campbell Ewald.


O Grande Centro, composto pelas áreas de Downtown, Midtown, New Center, Corktown, Eastern Market, Lafayette Park, Rivertown e Woodbridge conta com um contingente total de aproximadamente 135,000 empregados, distribuídos de forma extremamente desigual, sendo que Downtown possui 66,489 contratados, Midtown possui pouco menos que 60,000, ambas as áreas com muito mais gente que todas as outras cinco áreas juntas.


Figura 1: Mapa dos distritos de Downtown Detroit


Taxa de empregos por setor:

  • Educação e Saúde (privados): 50,875 empregos;

  • Governo/Funcionalismo Público: 21,569;

  • Tecnologia, Ciência e Administração: 27,862;

  • Lazer e Hospitalidade: 15,093;

  • Construção, Transporte e Manufatura: 6,493;

  • Outros Setores: 14,482.

Interessante notar que a quantidade de trabalhadores que ganham salários altos (mais de 40 mil dólares ao ano) cresceu em 14%, enquanto a mesma taxa para trabalhadores que ganham salário médio (15-40,000 US$/ano) e salários baixos (0-15US$/ano) diminuiu 14%, o que pode indicar que a maior parte desses 16,000 trabalhadores é altamente preparada e especializada.


Downtown é o distrito com maior atividade imobiliária, com mais de 26 milhões de propriedades não-alugáveis, seguida por Midtown e seus pouco mais de 9 milhões. O setor imobiliário goza de grande investimento, visto que entre 2006 e 2012 foram investidos 4,2 bilhões de dólares em 176 projetos, e apenas entre 2013 e 2014 5,2 bilhões foram investidos em 258 projetos, a maior parte deles no momento de Pipeline (pré-venda, onde se analisa o mercado e o perfil do consumidor desejado). A maior parte desses projetos consiste em novas construções, localizadas principalmente em Downtown, Midtown, Lafayette Park e Rivertown.


Figura 2: Avenida Woodward, em Campus Martius, 2012.


O aumento de investimento nessa área foi acompanhado por grande aumento em qualidade de vida: a população de isosos e a população de jovens de 25 anos com ensino superior completo aumentaram, esses últimos compõem 27% da população de jovens, e há mais de 13,000 adolescentes empregados em programas de especialização. Greater Downtown conta com população predominantemente negra, mas com aumento do número de brancos e pessoas de outras nacionalidades.


É evidente o processo de metropolização de Detroit não considera os espaços agora desnecessários ao seu redor. O Grande Centro, com suas belas avenidas, áreas verdes, escolas, restaurantes, cinemas e enfim, todos esses estabelecimentos onde é possível a ocorrência da vida urbana são apenas para os que podem pagar para viver apartados daqueles que vivem isolados nas pradarias urbanas e galpões abandonados ao redor. Não criando apenas um espaço onde a metrópole se realiza como metrópole mundial através das tecnologias, a metropolização cria um espaço onde os trabalhadores da metrópole vivem em realidades completamente diferentes do espaço que os cerca mas não faz parte dessa metrópole, mesmo sendo parte do mesmo município. Com o investimento de toda essa área que mal corresponde a 1/5 da cidade de Detroit revertido para ela mesma, como é possível se criar uma cidade mais humana e integrar aqueles que não fazem parte da metrópole? E como falar em unidade territorial dessa cidade?


Bibliografia:


Detroit 7.2 Square Miles. Team: Hudson-Webber Foundation, the Detroit Economic Growth Corporation, the Downtown Detroit Partnership, Midtown Detroit Inc., Invest Detroit e Data Driven Detroit. http://detroitsevenpointtwo.com Acessado em 16/12/2016, às 17:00.

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