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Start-Up Detroit

A implosão da indústria automobilística de Detroit, neste momento, nos exige uma outra abordagem à situação financeira e de empregabilidade nesta metrópole.


O aumento do desemprego na área industrial da cidade resultou em altas taxas de pobreza e seus problemas relacionados. Entre 2000 e 2009, a média de renda familiar anual estimada caiu de US$29.526 para $26.098 e em 2010 a média de renda de Detroit caiu para abaixo da média “global” americana. De cada três residentes detroitianos, um vive na pobreza. Como disse Bergman, “Detroit é hoje uma das mais pobres cidades grandes do país” (em tradução livre).


Em 2010, na American Community Survey, 32,3% das famílias tinham renda (anual) inferior a ao nível federalmente determinado de pobreza pelos EUA, e dentro desta cifra, 53,6% corresponde a residências que incluem menores de idade e/ou aposentados.

Depois deste choque, cujos efeitos marcaram a cidade até os dias de hoje, essa massa de trabalhadores desempregados foi forçada a procurar um subterfugio para sua ausência de emprego remunerado formal, uma parte deste grupo optou por emigrar da metrópole; outra parcela destes, porém, passou a atuar como pequenos comerciantes autônomos, como vendedores de refeições nas ruas da cidade, confeccionando roupas simples a partir de tecidos, revenda de produtos importados, pequenos cafés e lanchonetes, lojas de “tranqueiras” a preços módicos, enfim, toda uma miríade de atividades.


Este avanço comercial ainda é visível nos dados dos dias de hoje, por exemplo, a taxa de business (negócios) cujos donos são afro-americanos (african americans em tradução livre), 14,30%, é muito superior à média estadunidense de 7,3%, assim como a taxa de mulheres donas de estabelecimentos comerciais, de 32% quando comparada à média nacional de 29% (dados do “censo” americano de 2007).


Grande parte desses negócios são empresas start-up, ou seja, empresas ou companhias pequenas, às vezes nascidas de parcerias, de crescimento rápido e almejam alcançar seu lugar no mercado ao oferecer produtos ou serviços inovadores. Normalmente, essas empresas trabalham nas áreas de tecnologia, engenharia, robótica, internet e telecomunicações, e estão sob um programa de incentivo da Associação Nacional de Incubação de Negócios e pelo Escritório de Logotipos e Patentes dos Estados Unidos (que está construindo seu primeiro escritório fora de Washington DC., na cidade de Detroit), com o estado de Michigan e em parceria com outras empresas e consórcios com faculdades, que oferecem treinamento administrativo, laboratórios para desenvolvimento de tecnologias e espaço em escritórios. Os programas são baseados na noção de que novas empresas criam mais vagas de emprego. Alguns exemplos dessas organizações são a D:Hyve, InsYght e a Open City, da própria cidade de Detroit.


Associação Nacional de Incubação de Negócios


Escritório de Logotipos e Patentes dos Estados Unidos


Junto a essas incubadoras, há empresas que oferecem microfinanciamentos para o capital inicial de investidores de risco, e esse setor tem crescido, mas ainda há diversos desafios, como falta de “negócios investíveis” e a falta de “massa crítica” (quantidade mínima necessária por área) e de jovens empresas para investimentos iniciais em capital de risco. Isso se deve pela alta dispersão das empresas, o que provavelmente as fará aumentar suas dívidas ao se realocar para buscar um ambiente melhor.


Bibliografia:


"Detroit, Michigan". City-Data.com. Retrieved February 10, 2013. Bergmann, L. Getting Ghost: Two Young Lives and the Struggle for the Soul of an American City. 2010. p. 39;

U.S. Census Bureau, Survey of Business Owners (2007);

U.S. Census Bureau, American Community Survey (2007).

Site oficial do escritório de logotipos e patentes dos EUA https://www.uspto.gov/

Site oficial da Agência Nacional de Incubação de Negócios http://www2.nbia.org/about_nbia/


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