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O espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro


Foto 1: Presença intensa do exército nas ruas da capital carioca às vésperas dos Jogos Olímpicos. Fonte: O mapa dos jogos da exclusão http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-mapa-dos-jogos-da-exclusao acesso 01/12/2016



O Rio de Janeiro, importante cenário turístico mundial, transformou-se, nos últimos tempos, numa cidade onde predomina a segregação dos espaços urbanos, administração descuidada com a localidade, com o objetivo de se lucrar através das empresas privadas, prestadoras de serviços.

Parte da Mata Atlântica foi derrubada por causa das obras e 77 mil pessoas foram desalojadas de suas casas a partir de 2009, quando se definiu o Rio como cidade sede dos Jogos Olímpicos.


A população tem manifestado sua contrariedade aos efeitos negativos locais devido aos eventos, desde 2007, por ocasião dos Jogos Pan-americanos.



Figura 1: O mapa que reúne todos os impactos da preparação dos Jogos Olímpicos sobre a cidade do Rio de Janeiro. Fonte: O Rio tornou-se uma cidade-espetáculo gerida por empreiteiras” http://www.cartacapital.com.br/politica/201co-rio-tornou-se-uma-cidade-espetaculo-gerida-por-empreiteiras201d acesso 01/12/2016


Os locais em que estavam as favelas Metrô Mangueira, Vila Autódromo, Vila Recreio II e Vila Harmonia se tornaram grandes áreas desocupadas, em nome dos eventos esportivos.


Trabalho


Aconteceram irregularidades como serviços prestados sem contrato, alguns em condições adversas de higiene e segurança. Os vendedores informais tiveram suas mercadorias apreendidas e, atualmente, estão proibidos de trabalharem nas áreas centrais, nos dias de jogos de futebol.


Meio ambiente


A Baía de Guanabara teve menos de 50% de sua área despoluída.

As obras de limpeza e canalização dos rios da Bacia de Jacarepaguá (Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia) foram interrompidas em 2015, com o valor gasto de R$ 235 milhões. A despoluição das lagoas de Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas também não ocorreu. As mudas replantadas foram para compensar 69% das emissões de carbono na ocasião das obras.


Espaço Urbano


Parte da ciclovia feita na Avenida Niemeyer foi destruída por ondas do mar. Obras contra a enchente da Praça da Bandeira e proximidades do Maracanã não foram eficientes. Transportes públicos, trem e metrô, estão precários enquanto que o Veiculo Leve sobre Trilhos custou R$ 3,5 bilhões para poucos usuários.

A construção do Porto Maravilha foi realizada em parceria da administração pública, que financiou R$ 3,5 bilhões do FGTS, com a empresa privada que obteve os lucros.

As moradias populares não foram construídas e não se sabe sobre a demanda dos centros comerciais.

A ampliação da Linha 4 do metrô está atrasada e o valor gasto é de R$ 9,77 bilhões e R$ 989 milhões serão usados para a finalização da mesma.



Objetos esportivos

O Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros estão fechados desde o término dos eventos. Os atletas, iniciantes ou não, treinam nas ruas ou param de praticar esportes.

Os indígenas da Aldeia Maracanã foram expulsos por ordem do governo estadual.

Equipamentos esportivos serão vendidos por um preço irrisório perto do valor gasto para construí-los.


Serviço Militar

Em nome dos eventos esportivos, a militarização ocorreu de modo mais intenso no Rio de Janeiro, favorecendo pontos turísticos, vias de acesso ao aeroporto e locais de equipamentos esportivos. Ou seja, os serviços não tiveram como objetivo a proteção dos moradores locais, mas sim a repressão, na sua grande maioria, podres e negros.

O dinheiro gasto com o serviço militar é maior do que o destinado para a saúde e para a educação.


O deputado estadual Marcelo Freixo descreve que a situação econômica do município do Rio de Janeiro está crítica, diferente do que declara o prefeito Eduardo Paes. Freixo aponta o plano de modernização da cidade como a principal causa das remoções de um grande número de pessoas de suas residências e ainda o caráter higienizador desta proposta, admitido por Paes.

Marcelo acrescenta que o gerenciamento da cidade, durante as obras, foi entregue às empreiteiras, investigadas na Operação Lava Jato, e que o acidente da ciclovia não aconteceria se seguissem um padrão público da construção e houvesse fiscalização.

Segundo Marcelo, os tributos são arrecadados em três vezes mais sobre o consumo (ISS) do que sobre as propriedades (IPTU), 90% do total.

Marcelo acredita ainda que as manifestações sociais não ocorreram simplesmente por causa dos eventos esportivos, pois havia atrasos de pagamento de salários, greve em setores da educação e saúde, com os ministérios ocupados além do golpe político federal que estava acontecendo.


Foto 2: 'Constrói-se uma ciclovia sem fiscalizar a empreiteira, que não tem preocupação com caráter público. A queda da ciclovia Tim Maia não foi um acidente'. Fonte: O Rio tornou-se uma cidade-espetáculo gerida por empreiteiras” http://www.cartacapital.com.br/politica/201co-rio-tornou-se-uma-cidade-espetaculo-gerida-por-empreiteiras201d acesso 01/12/2016


REFERÊNCIAS:


O mapa dos jogos da exclusão Redação - publicado 27/07/2016 14h57, última modificação 29/07/2016 12h51 http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-mapa-dos-jogos-da-exclusao acesso em 01/12/2016.


O Rio tornou-se uma cidade-espetáculo gerida por empreiteiras” Miguel Martins — publicado 03/07/2016 http://www.cartacapital.com.br/politica/201co-rio-tornou-se-uma-cidade-espetaculo-gerida-por-empreiteiras201d acesso em 01/12/2016


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